"O amor verdadeiro, severo, abre a duras penas o portal para a conquista da felicidade, enquanto que o falso amor passa sobre ele, sem esforço, um ferrolho intransponível. A atuação do primeiro é permeada de obstáculos, dificultada por forte incompreensão e intensa crítica, enquanto que a do segundo é aplainada com carinho, incentivada por aprovações sorridentes e elogios inconseqüentes.
Essa nefasta concepção de falso amor se disseminou como uma pandemia incurável, acabando por imiscuir-se em todos os campos da vida humana. Mesmo o amor entre homem e mulher sucumbiu a esse engodo. Muitíssimos casamentos exibem como esteio para uma vida em comum apenas a atração física e instintos exacerbados, e chama-se então essa contingência unilateral de “amor”.
E com isso os casais, ou melhor dito os parceiros de hoje, apenas ainda se esmeram em “fazer amor”, como se fosse possível tal coisa em relação ao amor verdadeiro. Um amor verdadeiro, puro, entre um homem e uma mulher não está sujeito oscilações aleatórias de performances corpóreas. Ele é uma ligação espiritual de irradiações, totalmente independente de meras exterioridades físicas; por isso mesmo também não envelhece com os anos, não se torna mais fraco ou menos interessante e nem mesmo pode se extinguir. Pelo contrário...
O verdadeiro amor se fortalece ainda mais com o tempo e, a tal ponto, que pode reunir sempre de novo as almas enlaçadas por ele, para uma nova vida em conjunto aqui na Terra ou em outros planos da Criação. A morte terrena não representa nenhum obstáculo para o verdadeiro amor.
Nenhum túmulo é capaz de confiná-lo, porque ele não é formado de matéria nem está sujeito a ela."
Roberto C. P. Júnior
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