Te procurei por todos os lados
E não te vejo
Viajei o mundo inteiro
E não conheço nada
Comprei um sabão de coco
E tomei água com gás
Continuo procurando parece impossível que vc exista
Vejo o dia nascer quadrado e todo o mundo cada dia mais redondo
Hambúrgueres, maionese, gordura saturada
É o gosto do gostoso, o sabor do perigoso, o perigo do passado
Em algum lugar você está,
Viajei o mundo e não te encontrei,
Passei o tempo a procurar e esqueci de sintonizar
Fora da freqüência é impossível te escutar
Passei direto, peguei o trem e pela porta de trás vc desceu
Mudando tanto de lugar é difícil, é difícil é difícil
De repente a gente volta a se cruzar,
Tomando água de côco num caminhão da congaz
Atropelando um momento que chega tarde
Vivendo um passe adiantado
Comendo pé de moleque apimentado
Ou pintando um chiclete de cada lado
Se vou pelo caminho certo, estou certa de que vc não está
A vida do estar ao mar
Dos mares que vêm em vão
Nado pro norte, do forte até o beco, e nunca te vi passar
Viro de lado pra ver o bicho pregar mas tu entras pelo lado esquerdo
Nunca te vi, nunca te senti, nem escutei o som do teu olhar
Se existe alguém como tu, o caminho é pro outro lado
Ou é melhor estar parada de baixo da ponte sul,
Do alto rio amarelo, da caixa branca no teto
Pegar alguém no tropeço pra ver o que tem la dentro
Te encontro aqui mesmo, se passaram tantos anos e tantos lugares
E dentro do centro do meio equilíbrio do sentido principal
Do foco mais intimo da energia vital, vou te encontrar
Assim que sintonizar o meu eu com o meu seu.
Claudia Graner – Barcelona- maio de 2010